Vivemos num país à beira do mar, mas quase nos esquecemos desse mar, aqui tão próximo de nós.
Computadores, hipermercados, televisão, futebol, negócios, dinheiro, são os nossos principais motivos de interesse. Mas pouco falamos do mar. Para muitos, o mar é apenas a praia onde vamos no Verão.
Também não temos muito cuidado com o nosso mar: grande parte dos detritos plásticos e produtos tóxicos que produzimos são lá despejados. Mas foi no mar que nasceu e se desenvolveu a vida no nosso planeta.
Em memória dos meus antepassados e pensando nas gerações vindouras, eu Polvi, Mestre dos Mares, aqui proclamo este manifesto, na esperança de que os humanos – seres que se consideram inteligentes – dediquem ao mar a atenção e o cuidado que ele merece!
O mar precisa da nossa atenção, hoje mais do que nunca. Devemos participar activamente e de forma sustentada na defesa contra os atentados ecológicos, directos ou indirectos, a que está sujeito pelo homem: esgotos, derrames de petróleo ou resíduos industriais, rios poluídos, lixos diversos, plásticos, pesca intensiva, etc.
Devemos aprender a conhecer o mar e ajudar também os outros a conhecê-lo melhor e a conviver mais com ele.
Devemos preservar as zonas costeiras contra a construção desenfreada que acontece mesmo em áreas protegidas, contra a remoção de areias, a destruição das dunas e plantas, construção inapropriada de esporões, dragagens destrutivas, etc.
Devemos defender a vida no mar. Nós, os polvos temos uma pele muito sensível, sofremos muito com a poluição. Também a pesca de arrasto intensiva destrói o nosso habitat.
Devemos saber conviver com o mar, participando na protecção do ambiente e respeitando as regras de segurança nas praias e na navegação costeira.
Devemos também saber elogiar o que de bom se faz pelo mar, pensando global, agindo local, sustentadamente.
Salvemos o nosso mar! Glub!
Dezembro 2000